Os produtores brasileiros de soja tiveram resultado positivo no primeiro semestre deste ano, com preços médios para o produto entre 27% e 29% superiores em relação ao mesmo período de 2019, considerando quatro das principais praças de negociação do país. O levantamento foi realizado pela Consultoria Datagro.
O coordenador da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Junior, informa em comunicado que “na análise até este momento, as cotações garantem resultados positivos de renda para grande parte dos produtores. Exceção aos que tiveram perdas mais pronunciadas com o clima, onde podemos destacar Santa Catarina e, especialmente, o Rio Grande do Sul. Como os preços foram avançando de forma gradativa e quase linear, o fluxo de comercialização também veio acompanhando esse ritmo, com os produtores acertadamente aproveitando cada pico de preços observado.”
A maior diferença no semestre foi registrada em Rondonópolis (MT), com média de R$ 87,23 por saca de 60 kg ante R$ 67,68 a saca no primeiro semestre de 2019, avanço de 29%. Em Dourados (MS), o salto semestral foi de 27%, para R$ 85,96 a saca, ante R$ 67,52 a saca no mesmo período de 2019.
No mesmo momento, a soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve média de US$ 8,71 o bushel, com queda de 2% sobre o semestre anterior, e o dólar subiu 28% no Brasil, a R$ 4,92.
A Datagro Grãos ressalta, ainda, que nas análises de lucratividade, que é a relação bruta entre a receita média obtida e o custo de produção, o setor também conseguiu manter cenário positivo pelo 14º ano consecutivo, inclusive com resultados superiores aos do ano anterior, já que não há chances de reversão até o fim do ano com vendas acima de 90%. Apesar de aumento nos custos de produção em alguns estados, a maioria das praças teve avanço na produtividade média em relação à safra passada. No Paraná, por exemplo, a lucratividade bruta parcial atingiu 51% sobre 33% em 2019.
Nas análises de rentabilidade financeira, que consideram a soja como opção de investimento, a Datagro também verificou resultados bastante positivos no primeiro semestre do ano para o produtor brasileiro, superando com folga o fraco resultado do mesmo período do ano anterior.
Entre janeiro e junho de 2020, a soja no mercado físico teve rentabilidade média de 19,47%, já descontada a inflação, sobre -1,09% em 2019. No comparativo com outros investimentos, a oleaginosa ficou atrás apenas do ouro da B3 (+52,45%), do dólar comercial (+35,17%) e do dólar turismo (+34,92%).