Os preços do milho devem continuar firmes, de acordo com a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio. Os fatores que dão sustentação à perspectiva são: oferta retraída, dólar em patamares firmes elevando a paridade de exportação nos portos brasileiros, consumo interno aquecido para o segmento de rações animais e maior movimentação de embarques para o exterior no decorrer de julho.
O indicador do milho Esalq/BM&F, com base em Campinas (SP), está cotado a R$ 49,78 por saca de 60 quilos, com alta de 4,2% nos últimos 30 dias e de 36,4% nos últimos 12 meses, mas acumula uma retração de 13,3% em relação ao pico deste ano, registrado em março de 2020.
Na Bolsa de Chicago, com a gradual recuperação dos preços do petróleo – cujas baixas afetaram a produção e a competitividade do etanol de milho produzido nos EUA –, as cotações futuras com vencimentos em 2021 subiram para um patamar entre US$ 3,47 e US$ 3,66 por bushel, ante US$ 3,30 por bushel para o vencimento setembro de 2020.
Demanda externa
Nos primeiros oito dias úteis de julho, o Brasil exportou 809.410 toneladas de milho, com volume diário 132% maior do que o embarcado em junho de 2020. Porém, a média diária de embarques em julho está em 101.176 toneladas, 60,7% abaixo do mesmo mês no ano passado.
No acumulado de janeiro a junho deste ano, os embarques atingiram apenas 3,322 milhões de toneladas, expressiva queda de 70,8% em relação ao mesmo período do ano anterior (de 9,036 milhões de toneladas).
Colheita e comercialização
“A colheita da segunda safra está em ritmo acelerado na região Centro-Oeste, mas não o suficiente para pressionar os valores”, informa a Cogo. Mato Grosso, o maior produtor do país, já comercializou 87% da produção estimada para 2020 e registra vendas antecipadas de 41% da produção esperada para 2021.