A estiagem que afeta alguns estados brasileiros e causou grandes prejuízos para a soja, já começa a trazer dor de cabeça para a segunda safra, de milho. Segundo o analista de mercado Paulo Molinari, da Safras & Mercado, o clima realmente deve trazer limitações a grande produtividade esperada inicialmente. Com isso, revisou as estimativas para baixo e agora o país deve colher 93,305 milhões de toneladas.
Na estimativa anterior, divulgada em janeiro, a produção havia sido estimada em 93,366 milhões de toneladas. A nova projeção, apesar de pouco menor ainda é bastante superior à safra do ano passado, com elevação de 16,54% ante as 80,065 milhões de toneladas.
a consultoria projeta uma elevação de 2,4% na área a ser plantada, que ocuparia 16,625 milhões de hectares. No ano anterior, a semeadura ocupou 16,236 milhões de hectares. O levantamento projeta rendimento médio de 5.512 quilos por hectare, acima da temporada anterior, quando a produtividade ficou em 4.931 quilos por hectare.
A safra de verão da região Centro-Sul foi revisada e deverá ficar em 24,168 milhões de toneladas, volume 1,58% inferior frente às 24,557 milhões de toneladas colhidas na temporada passada. Na estimativa anterior o volume previsto era de 24,837 milhões de toneladas. “Houve problemas de estiagem mais expressivos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, que contribuíram para a revisão dos números de produção”, afirma Molinari.
A área deverá passar de 4,183 milhões para 4,011 milhões de hectares, recuando 4,1%. A produtividade média deve ficar 6.024 quilos por hectare, acima dos 5.870 quilos por hectare registrados na temporada passada.
Para a segunda safra, ou safrinha, o levantamento indica plantio de 11,176 milhões de hectares, contra 10,457 milhões do ano anterior, um aumento de 6,9%. Com rendimento de 5.619 quilos por hectare, à frente dos 4.653 quilos por hectare obtidos na temporada passada.
Com isso, produção da safrinha no Centro-Sul está estimada em 62,8 milhões de toneladas, 29,07% acima do que a obtida em 2017/2018, de 48,655 milhões de toneladas. No levantamento de janeiro a produção prevista para a safrinha era de 62,009 milhões de toneladas de milho. “A estimativa de colheita da safrinha deve compensar um pouco as perdas que serão registradas na safra de verão”, aponta Molinari.