A segunda rodada de 2015 do ICP Rural revela que os produtores estão se mostrando menos inseguros com a safra e o seu negócio. Apesar de ainda estar abaixo da linha do otimismo (100 pontos), o índice geral chegou aos 86,15 pontos, com uma variação positiva de 26% quando comparada ao resultado anterior de janeiro de 2015.
O subíndice Preço, que mede a expectativa dos produtores com relação ao valor de venda da colheita, cresceu 29% e atingiu 98,99 pontos, chegando muito próximo ao resultado otimista. Isso é resultado das exportações e das vendas negociadas quando o dólar estava bastante valorizado.
O indicador de expectativa de investimentos em Insumos foi o que menos cresceu em relação a rodada anterior, fechando em 82,15 pontos. Apesar da constante preocupação com o alto custo de produção entre os entrevistados, é nítida a redução da expectativa de aumento do investimento com insumos se comparado com o período de 2013/2014.
O subíndice Condições Atuais foi o que mais contribuiu para elevar o índice Geral. O aumento foi de 48% com relação ao resultado passado, atingindo 96,62 pontos. Os resultados das colheitas realizadas nesses três primeiros meses e a mudança no câmbio contribuíram para deixar os agricultores esperançosos para que a safra permaneça com saldo positivo nos próximos períodos do ano.
O ICP Rural de abril fecha com um resultado de retomada de expectativas positivas. Isso representa um grande avanço se comparado às três últimas rodadas da pesquisa que mostravam a baixa confiança do produtor.
Alguns fatores responsáveis pelo índice não ter ultrapassado os 100 pontos foram as geadas no Paraná, que causaram grandes perdas no estado, e o potencial impacto da variação cambial no custo dos insumos.
Sojicultores demonstram preocupação
Em termos de produtividade os resultados da safra de soja foram mais satisfatórios, porém o produtor ainda se demonstra preocupado com o futuro do negócio. O Índice de Confiança do Produtor de Soja (ICP Soja) recuperou-se alcançando 85,3 pontos, ou seja, 18% a mais com relação à rodada anterior. Porém, é o pior índice dos últimos três anos.
Dois dos quatro subíndices tiveram um crescimento bastante significativo: a expectativa de preço e as condições atuais. Os outros dois – equipamentos e insumos – apresentaram novamente uma pequena queda, demonstrando uma expectativa de redução do investimento para a próxima safra.
A avaliação representada pelo subíndice Preço foi a mais favorável. Com 82% de crescimento, alcançou 96,72 pontos sendo consequência das boas negociações no começo de março. Há mais de 10 anos a taxa cambial não chegava aos R$ 3,00/US$, fazendo com que muitos produtores fechassem contratos de venda nesse período.
O indicador Equipamentos foi um dos que apresentou queda. Regrediu 9% em relação a rodada anterior e atinge sua menor marca histórica. Fechou a rodada com 59,12 pontos. O segundo indicador a apresentar declínio foi o de Insumos. Saiu da casa dos 100 pontos e voltou a ficar abaixo do índice de confiança. Fechou com um resultado de 90,37, o que significa 13% de redução. O câmbio elevado encareceu o custo dos insumos, principalmente do potássio, muito utilizado na produção de soja.
O sub-índice Condições Atuais aumentou 44% e terminou com 95,18 pontos. É um resultado superior ao obtido no mesmo período no ano passado e demonstra uma avaliação de recuperação após um ano de muita incerteza.
Edição de Gisele Neuls