Cerca de 90% do milho produzido por Paulo Bertolini, em Castro (PR), é destinado ao consumo humano. O cereal é utilizado na fabricação de um alimento encontrado em qualquer supermercado, lanchonete, loja de conveniência e restaurante mexicano: um salgadinho do tipo “nachos”. Com essa estratégia, o paranaense lucra 5% a mais com o milho.
Bertolini é o entrevistado desta semana do Programa Mais Milho. O foco do episódio é agregação de valor, garantia de contrato pré-safra, liquidez e remuneração para o produtor rural.
O agricultor de Castro cultiva milho em 800 hectares e alcança uma produtividade 40% acima da média da região. O volume produzido é estabelecido de acordo com as necessidades da indústria que fabrica o salgadinho. A produção é encomendada, mas a venda não é garantida. Para isso acontecer, Bertolino precisa atender a uma série de critérios que envolvem o processo de colheita, secagem e armazenagem dos grãos. Tudo para alcançar um alto nível de qualidade.
“Nosso produto tem como destino o consumo humano, não é brincadeira. Precisa atender a todas as exigências. Se isso não acontecer, a indústria não compra e a minha produção é desviada para outro fim”, conta o produtor.
“Estou encantado com o que estou vendo aqui. Até a secagem dos grãos é feita de forma diferente no silo secador, muito comum nos Estados Unidos. Dá gosto de conhecer uma propriedade com tanto capricho. E, além de tudo, esta é a prova de que não falta mercado para o milho”, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, que participa do programa gravado no Paraná.