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MT: produtores estão com dificuldade para negociar milho

Com muito produto no mercado, em algumas regiões o preço pago pela saca está abaixo do preço mínimo

Fonte: Pedro Revillion/Palácio Piratini

Na expectativa de uma boa safra, produtores de Mato Grosso iniciam a colheita do milho safrinha e a oferta elevada do produto já causa consequências negativas nos preços. Em algumas regiões do estado os valores caíram abaixo do preço mínimo, deixando os produtores apreensivos.

Segundo o gerente de fazenda Lucas Fritsch Ramos, mesmo com pouca chuva no início do plantio, o clima acabou sendo favorável para a cultura. “O clima ajudou e agora está chovendo bastante, mas para o desenvolvimento foi muito bom e a expectativa é que a média de produtividade fique em torno de 150 sacos de milho por hectare”, falou.

Segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa é produzir pouco mais de 28 milhões de toneladas de milho, crescimento de 47,3% em relação à safra passada. Para o produtor Silvésio de Oliveira, a perspectiva não é muito boa. Ele já comercializou 50% da safra 2016/2017 em dezembro por R$ 19 a saca, mas, segundo ele, de lá pra cá os preços despencaram.

“Nós temos nessas últimas semanas em torno de R$ 12, quando ainda tem comprador no mercado. Isso não paga o custo, pois nós temos hoje um preço mínimo de R$16,50 para cobrir custo, então esse valor fica bem abaixo do custo de produção e estamos sem nenhuma perspectiva. A única possibilidade é um leilão no caso de um prêmio de escoamento para tentar atingir pelo menos o preço mínimo”, disse.

Diante deste cenário, o Ministério da Agricultura realizou leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) no estado. Até o momento foram realizados três pregões e, de acordo com o Imea, 1,6 milhão toneladas foram negociadas, o que é equivalente a 6,1% da produção de milho estimada em Mato Grosso. Os principais municípios atendidos foram Sorriso, com a negociação de 433 mil toneladas; Sapezal, com 176 mil toneladas; e Sinop com 118 mil toneladas.

A grande reclamação dos agricultores, no entanto, é que nem todos os municípios estão conseguindo atingir os preços de leilões e estão ficando de fora dos prêmios. A expectativa é de que o ministério reveja os critérios dos leilões para que os municípios da região não sofram com problemas para estocar o grão.

De acordo com o Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no entanto, qualquer produtor do estado pode participar dos leilões. O órgão diz também que o valor do prêmio é calculado utilizando o preço de mercado de cada região.

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