A pandemia do novo coronavírus trouxe várias preocupações e incertezas ao mercado de milho. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, a apreensão está relacionada com a demanda, especialmente do setor de carnes, não só no Brasil, mas a nível mundial.

“Com a retração da economia e, consequentemente, a queda na receita de vários países, temos uma redução na demanda de carnes. A grande questão é saber o quanto esse cenário irá influenciar o mercado e os preços do cereal. Por enquanto, está tudo correndo bem no Brasil, mas a grande preocupação é lá na frente, no médio e longo prazo”, explica Silveira.

Além disso, o milho sofre uma pressão adicional por conta da redução no consumo de combustível devido ao isolamento social e também pela recente desvalorização dos preços do petróleo. Nos Estados Unidos, maior produtor mundial do cereal, o Departamento de Agricultura do país (USDA) já reduziu em quase 10 milhões de toneladas o volume de milho destinado à produção de etanol no país.

Enquanto isso, em Mato Grosso, maior produtor de milho na segunda safra no país, os produtores rurais ainda não relatam alteração na demanda pelo grão, de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan.