Protesto dos caminhoneiros entra no segundo dia

Manifestantes realizam bloqueios parciais em rodovias de MT, PR, RS, MS e CEOs caminhoneiros retomaram hoje, dia 24, os protestos contra a decisão do governo federal de não criar uma tabela de preços mínimos para o frete, bloqueando parcialmente rodovias federais em cinco estados. 

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o estado que apresenta mais bloqueios é Mato Grosso, sete no total – dois em Rondonópolis (quilometros 200 e 206 da BR-364); um em Lucas do Rio Verde (quilometro 686 da BR-163); um em Diamantino (quilometro 615 da BR-364); um em Nova Mutum (quilometro 598 da BR-163); um em Sorriso (quilometro 748 da BR-163); e um em Guarantã do Norte (quilometro 1.058 da BR-163).

No Paraná, eles bloqueiam parcialmente desde ontem, dia 23, o quilometro 7 da BR-163, na altura do município de Barracão. O mesmo ocorre no Ceará, no quilometro 213 da BR-116, na altura de Tabuleiro do Norte.

Em Rio Grande do Sul, com protestos no quilometro 155 da BR-472, perto de Santa Rosa, e no quilometro 462 da BR-285, perto de Ijuí e do trevo de acesso à rodovia estadual RS-342, em direção a Cruz Alta.

Caminhoneiros em Mato Grosso do Sul começaram hoje a protestar contra a não aprovação do tabelamento, realizando um bloqueio parcial no quilometro 466 da BR-163, próximo a Campo Grande. A manifestação começou às 6h34.

Reivindicações

Os caminhoneiros começaram a protestar ontem, dia 23, após o encontro de representantes da categoria e do governo ter fracassado na quarta, dia 22.

A reunião, na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, durou 30 minutos e acabou sem consenso. O governo perdeu o controle do debate, afirmando que haverá uma tabela referencial para os preços do frete, enquanto os caminhoneiros pedem uma tabela impositiva. Os ministros da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, estavam presentes.

Os caminhoneiros que participaram da reunião não aceitaram o relatório apresentado pelo governo e abandonaram a discussão, prometendo greve geral.

Em entrevista coletiva, após o fim da reunião, o governo federal disse que “as medidas são conquistas reais” e que a tabela de referência vai ajudar os caminhoneiros. Miguel Rossetto afirmou que tabela impositiva é inconstitucional e impraticável. A diversidade de fretes do setor impede uma única tabela obrigatória e a tabela de referência cria base técnica para negociações de mercado, segundo o ministro.

O governo destacou que acredita que terá apoio da maioria dos caminhoneiros e que vai seguir acompanhando a greve.