O Brasil deve colher 61,6 milhões de sacas de café, somando arábica e conilon, indica a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso representa crescimento de 25% em relação ao ano passado, resultando na segunda maior safra da história, perdendo apenas para a de 2018, quando a produção chegou a 61,7 milhões de sacas.
A produção de café arábica é destaque nesta safra. A produção deve aumentar 38,1% sobre o ano passado, chegando a 47,4 milhões de sacas, muito perto do recorde de 2018, de 47,5 milhões de sacas. Neste ano, o clima foi favorável nas fases de floração e frutificação.
Já a produção de café conilon enfrentou condições climáticas desfavoráveis no Espírito Santo, durante a fase de floração da cultura, que levaram à queda de 5,1% na produção nacional, prevista em 14,3 milhões de sacas.
Produção regional
Minas Gerais, maior produtor nacional, deve colher 33,5 milhões de sacas, 36,3% a mais que no ano passado, sendo 99,1% de arábica e 0,9% de conilon. Para o Espírito Santo, a estimativa é de 13,6 milhões de sacas, com aumento de 49,1% para o café arábica (4,5 milhões de sacas) e queda de 13% para o conilon (9,1 milhões de sacas).
São Paulo deve colher 6,2 milhões de sacas de arábica e a Bahia, 4,1 milhões, com o aumento de área em produção, áreas irrigadas e clima mais favorável. Nos outros estados, como Rondônia, a previsão é de 2,4 milhões de sacas de conilon, enquanto no Paraná, de 937,6 mil sacas de arábica. Das lavouras do Rio de Janeiro devem sair 346 mil sacas de arábica; de Goiás, 240,5 mil sacas também de arábica e, de Mato Grosso, 158,4 mil sacas de conilon.
Mercado
O dólar valorizado elevou os preços do café mesmo nesta safra de bienalidade positiva. As exportações, no entanto, estão ligeiramente menores que as do ano passado. Em agosto de 2020, o Brasil exportou 3,3 milhões de sacas de café, o que gerou receita de R$ 2,1 bi. Isso representa queda de 3,3% em volume, mas aumento de 25% em reais em relação a agosto de 2019. O total de café exportado no ano civil (janeiro a agosto de 2020) foi de 26,4 milhões de sacas milhões de sacas, volume 3% menor que no mesmo período de 2019.
O cenário de preços elevados motivou o produtor a vender boa parte da safra antecipadamente. A comercialização da safra 2020/21 (julho a junho) está por volta de 60%. No mesmo período do ano passado, haviam sido vendidos 47% da safra esperada, parcela semelhante à média dos últimos cinco anos para este período, que é de 45%.
Com a safra volumosa e a colheita acelerada pelo clima firme, tem havido pressão acima do normal nos canais de escoamento do produto, o que já se reflete em queda de preços.