Planejamento é palavra de ordem quando o assunto é colheita de café, pois a qualidade do produto está diretamente relacionada à higiene e manejo correto feito no terreno. Geralmente, a propriedade é dividida em talhões para facilitar a programação e a retirada do produto começa pelas áreas com maturação precoce, para priorizar os cafés cereja. Os grãos verdes e os grãos secos devem ser evitados.
“Cada lote que sai da lavoura é entregue para o lavador deve ser colocado em estruturas limpas, sem resíduos remanescentes. Na hora da prova sensorial, esse café será representado por uma amostra e, se houver grãos remanescentes fermentados, esse pequeno detalhe irá atrapalhar todo o lote”, disse o diretor técnico da Cooxupé, Adriano da Silva.
Tempo
Após ser colhido, o café não deve permanecer mais do que um dia na lavoura. Ele deve ser levado o mais rápido possível para o lavador, que também deve ser mantido sempre limpo. Se for possível, o produtor deve descascar os grãos para agregar valor e, depois disso, ele vai para o terreiro para iniciar a secagem.
“O primeiro dia do café no terreiro é o mais importante. Para o café natural, a proporção é um metro quadrado para quatorze litros de café e, no café cereja, são sete litros em cada metro quadrado para ter uma boa homogeneização na secagem. No segundo dia, os cafés vão vir para metade da área ocupada”, falou Adriano da Silva.
Quando o café chega aos vinte graus de umidade, ele precisa ser enleirado, em um processo que dura entre sete e doze dias, dependendo da variedade do grão. Depois disso, é hora do secador e, antes de serem beneficiados, os grãos precisam ficar em descanso.
“Esse período de repouso é o famoso descanso em tulhas. Esse café deve ter, no mínimo, seis dias de descanso para que as características do grão apresentem mais nitidez. Para guardar o café, o produtor deve colocar um faixa de 20 a 40 centímetros ou pergaminho para evitar a troca de umidade do café no ar”, falou.
Qualidade
Os grãos devem ser levados para o beneficiamento apenas quando atingirem 11 graus de umidade. O cafeicultor Jair de Souza Santana Junior resolveu investir em 2012 na qualidade do café produzido em sua fazenda de oito hectares e os resultados já estão aparecendo.
“Eu trabalhava o ano inteiro e quase nunca conseguia fazer um bom produto. Decidi, então, investir na qualidade e creio que neste ano eu consiga um valor médio de R$ 470 e uma das vantagens é que reduzo a área de terreiro na secagem e com o secador consigo dobrar a capacidade, reduzindo o uso de energia e tempo”, falou.