A soja no mercado futuro da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fechou a sexta-feira, dia 3, com preços mais baixos. Além de novas estimativas indicarem que o Brasil vai colher uma safra maior do que o estimado logo após a estiagem de dezembro e janeiro, a oferta global deverá seguir elevada.
A consultoria Safras & Mercado, por exemplo, projeta uma produção brasileira de 117,9 milhões de toneladas, acima da previsão anterior, de 116,4 milhões de toneladas, e superando em muito as pessimistas estimativas do início do ano, que apostavam em safra de até 112 milhões de toneladas.
- Soja tem ritmo de comercialização mais lento nesta safra
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Produção de soja e milho no Paraná deve ser maior que o estimado
No mercado global, a expectativa é de safra cheia na Argentina, com 55 milhões de toneladas. Nos EUA, a possibilidade é de aumento na área com a soja.
Confira outros pontos que devem influenciar o mercado na próxima semana:
Uma nova rodada de negociações entre representantes do alto escalão dos governos dos Estados Unidos e da China está marcada para acontecer em solo americano a partir da quarta-feira, dia 8. O mercado continua cético com relação à essas reuniões embora avanços sejam anunciados.
O analista da consultoria Luiz Fernando Roque explica que Chicago precisa de novos fatos, como o anúncio de uma data para a assinatura do esperado acordo final ainda no primeiro semestre. Sem isso, o mercado vai continuar pressionado, sem fôlego para recuperar a linha de US$ 9 por bushel nos primeiros vencimentos.
O mercado também espera pelo retorno dos compradores chineses aos portos do Golfo do México. Vendas volumosas de soja norte-americana precisam ser anunciadas para que os grandes estoques do produto sejam escoados.
Além da guerra comercial, o grande problema para a volta dos chineses é a evolução da febre suína africana sobre o rebanho chinês. O apetite do país asiático por soja em grão parece cair dia após dia diante das mortes de suínos, e esse problema deve se estender para além deste ano. “A China já importa menos soja nesta temporada, e nada indica que este quadro irá mudar em 2019”, disse Roque em relatório.
Outro ponto que merece atenção é o clima, que clima continua úmido no cinturão produtor norte-americano. O atraso na semeadura do milho deve continuar abrindo espaço para uma maior área destinada à soja. Assim, o mercado climático da nova safra dos EUA ganha força.