A busca por alternativas ao milho na ração animal foi um dos principais temas debatidos durante a primeira live do projeto Mais Milho e Cereais de Inverno. Um dos participantes, o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Altair Silva, afirmou que vai dobrar o investimento no programa de incentivo à produção de cereais de inverno no estado para 2022.
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“No primeiro ano do programa investimos R$ 5 milhões. Para o ano que vem, dos R$ 100 milhões em projetos voltados para a agricultura, vamos destinar R$ 10 milhões para o incentivo da produção de cereais de inverno. Se em um ano dobramos a área plantada, com esse recurso adicional podemos crescer ainda mais”, destaca Silva.
O secretário ressalta a importância do projeto, que é uma das alternativas para o estado de Santa Catarina reduzir a dependência do milho na indústria de proteína animal.
“Este ano, a oferta de milho no estado deve chegar a 2,6 milhões de toneladas. No entanto, nós precisamos de 7,5 milhões. Além disso, para os próximos três anos, a demanda pode chegar a 8 milhões de toneladas. Isso ligou o sinal de alerta e a alternativa é investir em cereais de inverno para reduzir o déficit de importação de milho”, complementa Altair Silva.
O secretário lembra que o investimento em culturas de inverno para a indústria de proteína animal já é uma realidade na Europa, onde 100% da suinocultura utiliza cereais na alimentação do rebanho.
Desafio de abastecer a indústria
Em sua da fala inicial na live, o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira disse que é preciso encontrar alternativas para o milho diante da demanda que crescente pela proteína animal, especialmente suínos e aves.
“A produção de carnes cresce a cada ano, especialmente no Sul, ao passo que a produção de grãos também cresce, mas de forma mais acentuada no Centro-Oeste do Brasil. Assim, temos um desafio no mercado de milho e de carnes. Como crescer junto e atender as duas cadeias? Temos ainda o desafio da pesquisa que está na produção de cereais de inverno, em traçar estratégias de como compor o milho para a produção de carnes. Isso deve ser feito com integração e planejamento entre as cadeias produtivas”, ressalta Ferreira.
Também presente no debate virtual, o presidente da Federação de Agricultura de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedroso, disse que a entidade está empenhada em conscientizar os produtores a aderirem ao plantio de cereais de inverno.
“O secretário [Altair Silva] tem feito um esforço para envolver a Embrapa e a Epagri na formulação de pesquisas para encontrar cereais que mesmo que não venham substituir em 100% o milho, ao menos dê condições de ser rentável aos produtores. Esperamos que com esse programa, em breve, possamos reduzir essa dependência para o milho e dar condições para as agroindústrias continuarem produzindo em Santa Catarina”, afirma Pedroso.
Programa de cereais de inverno
Lançado pelo governo de Santa Catarina em 2021, o programa de incentivo ao plantio de cereais de inverno contou com investimento de R$ 5 milhões para este ano. De acordo com Altair Silva, a secretaria da Agricultura subsidia até R$ 250 por hectare para o plantio da safra de inverno, onde o produtor se compromete a destinar a colheita para a produção de ração das agroindústrias do estado.
Os interessados em fazer parte do programa de incentivo ao plantio de cereais de inverno devem entrar em contato com o escritório regional da Epagri ou procurar uma cooperativa filiada à FecoAgro-SC.
Reveja abaixo a íntegra da primeira live do projeto Mais Milho e Cereais de Inverno: