A Bayer apresentou pela primeira vez, na 21ª Expodireto Cotrijal, a terceira geração da tecnologia de sementes transgênicas, batizada de Intacta 2 Xtend. De acordo com a companhia, um dos grandes diferenciais do produto é o espectro maior de cobertura para lagartas — agora, apresenta resistência também à helicoverpa armigera e à spodopteras cosmioides.
A gerente de Lançamento de Intacta 2 Xtend, Bárbara Tagliari, lembra que essas pragas estão presentes em todo o ciclo da soja. “Na fase de emergência, podem ser extremamente prejudiciais e matar a planta. Posteriormente, essas pragas causam a desfolha, que reduz a capacidade de fotossíntese e afeta o enchimento de grãos, interferindo diretamente na produtividade das lavouras”, comenta.
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Segundo Bárbara, a safra 2019/2020 foi mais quente, aumentando a incidências desses insetos, principalmente na soja. Produtores que trabalham com a segunda geração, a Intacta RR2 PRO, já contavam com tecnologia contra quatro espécies: falsa-medideira (chrysodeixis includens), lagarta-da-soja (anticarsia gemmatalis), lagarta-da-maçã (chloridea virescens) e broca-das-axilas (crocidosema aporema).
Mas produtores viram as spodopteras aparecem com uma frequência maior nesta temporada — sobre as quais o espectro da tecnologia ainda não se estendia. A partir da safra 2021/2022, no entanto, a tecnologia da Bayer contará com duas novas proteínas, que além de ampliar o controle para as spodopteras também abrangem a helicoverpa. começar a venda.
“Sabemos também que insetos sofrem processos de mutação e criam resistência. Então a gente traz outras proteínas que ajudam também na longevidade da tecnologia. Agora serão três modos de ação funcionando na mesma planta”, diz Bárbara.
Segundo a Bayer, 96% dos casos de aplicação de inseticida no passado foram para combate a lagartas que a Intacta 2 Xtend controla. “Então acreditamos que haverá uma redução do uso de inseticida; mas ainda é muito importante o agricultor fazer o manejo integrado de pragas, monitoramento e aplicação, se necessário. É um trabalho conjunto”, diz.
A companhia aguarda a autorização da China, maior compradora mundial da soja brasileira, para começar a comercializar o produto, prevista para acontecer em 2021.
Trabalho de anos
De acordo com a gerente da Bayer, o desenvolvimento da tecnologia começou 15 anos atrás, com a identificação dos desafios que seriam críticos para a agricultura brasileira no futuro, além das pragas. “Por exemplo, entendemos que o número de plantas daninhas de folhas largas resistentes ao glifosato aumentaria, e seriam de difícil controle na pós-emergência, então precisaríamos de uma outra forma de controle”, diz.
A nova solução da Bayer permitirá um controle mais amplo pois será tolerante ao dicamba, herbicida eficiente no controle de plantas daninhas de folhas largas como a buva, caruru, corda-de-viola e picão-preto.