O departamento de agricultura norte-americano elevou as estimativas de área plantada de grãos na safra 2020/2021 nos Estados Unidos. A expectativa é de que o milho alcance 38 milhões de hectares, o que representa um aumento de 5% em relação ao ciclo anterior. Já para a soja, a previsão é de 34 milhões e 400 mil hectares, um crescimento de 12% em relação a temporada 2019/2020.
De acordo com Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest, esse crescimento repercutiu na bolsa de Chicago, fazendo com que a soja apresentasse durante o pregão desta quinta-feira, 20.
“A expectativa é que a área de milho e soja combinadas aumente 5,3 milhões de hectares, lembrando que o ano passado tivemos a primavera mais chuvosa em 125 anos, onde deixaram de plantar mais de 5 milhões de hectares de soja e milho. O que temos de monitorar é o fato desse aumento de produção e a capacidade de exportação dos EUA”, disse.
O analista explica que, para Chicago ter novas altas, os norte-americanos precisam garantir o enxugamento dos estoques. Por enquanto, o produtor brasileiro deve aproveitar o bom momento do mercado físico, avalia.
“O produtor que tem a safra 2019/2020 para vender tem que observar, até abril, o bom momento dos prêmios internos no Brasil. De médio a longo prazo, a venda tem que ser baseada em lucratividade. Tivemos um cliente de Luís Eduardo Magalhães (BA) fazendo a venda da soja por R$ 80 a saca, o que garante rentabilidade”, avaliou.
Para que a safra norte-americana possa ser escoada, alguns problemas internacionais como a peste suína africana e o coronavírus devem ser fatores que influenciarão positivamente ou negativamente, concluiu o analista.