O mercado de soja permanece com as atenções divididas entre o desenvolvimento final da nova safra norte-americana e sinais de demanda chinesa pela oleaginosa dos Estados Unidos, de acordo com a consultoria Safras. A relação comercial e política entre EUA e China também chama atenção, enquanto a pandemia permanece como fator importante para o mercado financeiro.
O analista Luiz Fernando Roque detalhou os fatores que podem mexer com o mercado da oleaginosa na semana que vem. Confira:
- Na última semana, os players da soja acompanharam de perto o tradicional Crop Tour da Pro Farmer, expedição que percorre importantes estados produtores dos Estados Unidos para avaliar as condições das lavouras de soja e milho;
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- O tour era bastante esperado nesta temporada devido ao evento climático ocorrido na semana passada no Meio-Oeste, que atingiu principalmente lavouras no estado de Iowa, o segundo maior produtor de soja do país. O receio era de que os fortes ventos tivessem trazido um grande estrago nas lavouras do estado, mas o que se viu não foi isso;
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- O estado de Iowa teve, sim, algumas perdas nas lavouras de soja, mas elas não foram tão expressivas. Além disso, as produtividades médias esperadas para outros estados como Illinois, Dakota do Sul, Indiana e Ohio também surpreenderam;
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- Essas condições levaram a Pro Farmer a estimar uma safra norte-americana de 118,71 milhões de toneladas. Embora inferior às 120,43 milhões de toneladas estimadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o volume ainda representa uma grande produção. Lembramos que a estimativa da Pro Farmer trabalha com uma margem de erro de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo, o que pode levar a produção para mais de 121 milhões de toneladas. O mercado deve reagir negativamente aos números do Crop Tour;
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- Embora esses números devam pesar, os últimos dias foram positivos com relação a vendas de soja dos EUA. Os últimos anúncios indicam que a China segue comprando a produção norte-americana, e que os volumes devem continuar crescendo a partir da colheita;
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- Além disso, o momento é, aparentemente, de menor tensão entre EUA e China. Representantes dos governos dos países devem participar de uma reunião nos próximos dias, e novidades podem ser anunciadas. Tais fatos devem trazer algum suporte para Chicago.