Os mercados mundiais continuaram atentos à evolução da pandemia do novo coronavírus e seus impactos socioeconômicos ao redor do mundo. No lado fundamental do mercado de soja, os players acompanham o clima para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e sinais de demanda chinesa pela soja norte-americana. Eles devem também continuar digerindo os dados do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de julho, divulgado nesta sexta-feira, 10.
Acompanhe abaixo os fatos que vão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria Luiz Fernando Roque.
- A pandemia do novo coronavírus continua trazendo incertezas para os mercados mundiais. A possibilidade de uma segunda onda de contaminações da doença impede um maior otimismo, mesmo diante de avanços em estudos sobre vacinas em diversos países;
- A aproximação da temporada de balanços corporativos e divulgação de dados econômicos relacionados ao segundo trimestre do ano, período de maior concentração da pandemia nas principais economias, também gera incertezas, impedindo maiores valorizações nos mercados de renda variável;
- No mercado de soja, no lado da oferta, a previsão de um clima mais úmido sobre boa parte do cinturão produtor dos Estados unidos nos próximos dias limita a continuidade do movimento positivo recente;
- Lembramos que as condições das lavouras norte-americanas indicam um excelente desenvolvimento da nova safra até o momento, com poucos problemas sendo registrados;
- O relatório do USDA de julho trouxe elevações nas previsões para produção e estoques dos EUA na temporada 2020/2021. Embora os aumentos tenham sido inferiores aos esperados, o relatório foi considerado baixista ao trazer também aumento nos estoques EUA para a temporada 2019/2020;
- Após algumas semanas de trégua nas tensões comerciais entre EUA e China, nesta semana o mercado voltou a ficar pessimista diante de comentários de Donald Trump. O presidente americano disse que as relações entre EUA e China foram seriamente afetadas devido à pandemia e que a segunda fase do acordo comercial não será assinada tão cedo, o que traz dúvidas com relação ao futuro do acordo.