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Mato Grosso

Sustentável e de grande valor agregado, etanol de milho é uma ferramenta a mais para o produtor

O etanol de milho e as vantagens para o produtor rural e para o Brasil foram debatidos durante o Fórum Mais Milho durante a Norte Show

A agroindústria de etanol de milho tem nos últimos anos ganhando espaço no Brasil. Sustentável e de grande valor agregado, o biocombustível a partir do cereal tem entre suas principais vantagens a garantia de preço ao produtor e o crescimento do consumo interno no que tange a moagem.

A produção de etanol de milho e quais suas as vantagens para o produtor rural e para o Brasil foram debatidas durante o Fórum Mais Milho desta quarta-feira (19), durante a feira Norte Show, em Sinop. O evento, que integra a programação do projeto Mais Milho, contou com dois painéis, onde também foi discutido sobre como ser um campeão de produtividade.

Somente no ano safra 2023/24 as projeções apontam uma moagem de aproximadamente 13,5 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol, dos quais 9,35 milhões somente em Mato Grosso. Os números foram apresentados pelo superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer.

“O setor se desenvolveu muito nos últimos anos e ainda tem espaço para crescer pela frente e muitas oportunidades”, frisou Gauer.

Fórum Mais Milho Sinop
Foto: Luiz Patroni/Canal Rural Mato Grosso

Uma ferramenta à mais para o produtor

O etanol de milho, de acordo com o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, chegou como uma ferramenta à mais para o produtor mato-grossense e brasileiro.

No ano safra 2023/24 as perspectivas apontam para uma produção de seis bilhões de litros de etanol de milho, salienta Nolasco.

“É mais um nicho de mercado. Vale lembrar que a cana é sazonal. Ficava-se um período com a indústria parada. E, o milho traz segurança e até competitividade no preço do combustível. É uma indústria que começou a se consolidar”, disse o presidente da Unem.

No que tange a segurança de haver o combustível durante todo o ano, Nolasco pontuou ainda a garantia que traz também do etanol anidro para a mistura de 27% na gasolina, uma vez que já se registrou problemas de oferta diante da quebra da safra de cana.

Foto: Canal Rural Mato Grosso

Agregação de valor para além das usinas

O etanol de milho é visto como um grande agregador de valor. Além de fomentar a produção do cereal em Mato Grosso e no país, ele gera co-produtos como o óleo e o DDG, DDGS, estes últimos usados na ração animal, além de fomentar a geração de energia e a produção de florestas plantadas de eucalipto.

“Esses co-produtos (DDG e DDGS) estão entrando pesado na pecuária, em especial da cadeia leiteira. Seja para utilizar como complemento proteico na alimentação à pasto ou confinamento”, comentou o professor da USP e especialista em DDGS, Flávio Portela.

Na Inpasa, segundo o gerente de DDGS, Daniel Sarmento, o co-produto é produzido com 32% de teor de proteína, seguindo o padrão dos Estados Unidos de DDGS 30%. Ele comentou que a busca pelo co-produto do etanol de milho é crescente para a suplementação animal.

Produção de milho atende todos os mercados

Questionado se poderia faltar milho para as usinas de etanol com a abertura da China para o milho brasileiro, o presidente da Unem, Guilherme Nolasco, foi categórico ao dizer que “Tem mercado para mundo”.

Nolasco frisou que as usinas de etanol possuem a grande vantagem de ter as lavouras de milho em suas portas, ao contrário do mercado chinês que precisa atravessar oceano.

“O Brasil deve produzir cerca de 125 milhões de toneladas de milho e uma exportação de aproximadamente 50 milhões de toneladas. Em seis anos saímos de quatro milhões de hectares para 7,4 milhões de hectares de milho em Mato Grosso. Então, o Brasil tem capacidade de produzir”.

Foto: Canal Rural Mato Grosso

Máxima produtividade

Mato Grosso na safra 2022/23 deve produzir cerca de 46,4 milhões de toneladas de milho em uma área de 7,4 milhões de hectares, extensão, inclusive que corresponde a aproximadamente 70% da área destinada para a soja. Na safra 2021/22 foram 43,8 milhões de toneladas.

Dados do Imea apontam para o atual ciclo uma produtividade média de 104,29 sacas por hectare, contudo é possível ver produtor colhendo o dobro da média estadual.

Um bom exemplo de máxima produtividade de milho é o agricultor Cristian Dalben, campeão nacional de produção de milho com 248 sacas colhidas por hectare na safra 2022.

Conforme ele, o cereal ocupa um espaço de 1,8 mil hectares em sua propriedade e a média de produtividade obtida é de 176 sacas por hectare. O resultado, que lhe proporcionou o título de campeão em produtividade, foi obtido em um talhão semeado no final de janeiro de 2022.

Além do plantio dentro da janela ideal, o produtor pontua que a adubação, o emprego da tecnologia, o manejo adequado e o clima foram fatores cruciais para o resultado.

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