A valorização do milho no mercado aqueceu as vendas de insumos e também estimula o cultivo da segunda safra em Mato Grosso. O momento do grão é tão favorável que na feira Dinetec, realizada em Canarana (MT), tem até tecnologia capaz de duplicar grãos na mesma espiga, uma novidade que pode ajudar aumentar a produtividade no campo.
De acordo com o organizador da feira, Rodrigo Piccinini, nesta época os produtores rurais começam a procurar novidades sobre a cultura. “É uma época em que o produtor ainda está pensando na soja, vai começar a colher agora . Mas também é hora dele calibrar o olho, vir aqui dar uma olhada nas variedades e começar a pensar na safra do ano que vem, já saindo com negócios feitos”, disse.
De olho nessa procura, a Latina Sementes apresentou uma tecnologia importada da Bolívia capaz de duplicar a mesma espiga. “Essa inserção do segundo sabugo aumenta a quantidade de grãos. São 26 carreiras, o dobro de grão de uma espiga normal. A tecnologia da duplicidade do sabugo coloca a valorização cada vez mais alta, já que temos um o mercado interno e externo precisando de grão”, contou.
A empolgação com o milho é confirmada pelo presidente do Sindicato Rural de Canarana, Alex Wishi. “O produtor empolgou, voltou a plantar milho. Alguns que não iriam plantar passaram a plantar um pouco, quem planta aumentou a área, tudo na esperança e na expectativa que vai se concretizar essa melhora que está apresentando hoje no mercado. O produto precisava desse ânimo”, disse.
Esse é o caso de Ademar Vendrúsculo, que saiu do município de Boa Vista, a 300 km de Canarana, com a expectativa de encontrar variedades mais produtivas para a segunda safra. “Hoje, quem tem milho, vende acima de R$ 40 na nossa região. Eu vou aumentar a área em cerca de 30% por causa dessa valorização, pois temos que aproveitar para investir, aproveitar a bola da vez”, contou.
As revendas também comemoram o bom momento do cereal. “No barter, estamos prevendo para 2019/2020 um crescimento de 20% e, consequentemente, para 2021. É uma meta para esses próximos três anos, tudo uma consequência dessa valorização do milho no mercado”, contou Rafael Barreto, responsável pela empresa Lavouro.