Virada de preços não deve ocorrer no curto prazo

AGR Brasil indica que com melhora no clima nos EUA e falta de demanda para a safra norte-americana será difícil a sustentação de tentativas maiores de recuperação

Fonte: Carlos Roberto Dellavalle Filho/Lagoa Vermelha (RS)

Após a queda expressiva no mercado ontem, as cotações de soja e milho fecharam em alta nesta terça, dia 28. Em um movimento conhecido no mercado como Turnaround Tuesday (terça-feira da virada, na sigla em inglês). Esse termo é usado para explicar um movimento de recuperação em uma terça-feira que sucede um movimento acentuado de alta ou baixa no dia anterior. O volume de comércio registrado hoje foi reduzido se comparado ao dia de ontem, com os fundos ainda liquidando posições no milho, conforme análise da AGR Brasil. Soja e trigo, por outro lado, encontraram alguns compradores para a cobertura de posições vendidas.

Segundo a consultoria, com a melhora no clima e a falta de demanda para a safra norte-americana, será difícil a sustentação de tentativas maiores de recuperação no curto prazo para milho, soja e trigo. É possível haver “rebotes técnicos”, mas uma virada nos preços, como a que aconteceu no final de junho/início de julho, apenas acontecerá caso:

1. Haja uma virada climática durante agosto (clima seco e quente na maioria do Cinturão), que venha a prejudicar as safras de milho e soja nos Estado Unidos;

2. A demanda para milho, soja, trigo e algodão nos EUA tenha uma melhora considerável em relação aos níveis atuais;

3. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreenda no relatório do dia 12 de agosto, com estimativas de produtividade e área de plantio bem abaixo do que o que é antecipado pelo mercado.

A AGR destaca novamente que as leituras climáticas estão favoráveis, que a demanda é “rotineira” e que o potencial de produtividade das safras de milho e soja vem se recuperando nas últimas semanas. Devido a estes fatores, a consultoria acredita que rallys mais fortes são pouco prováveis.

Brasil

Mesmo com as quedas em Chicago, a alta do dólar tem mantido os preços para o produtor brasileiro a níveis favoráveis. Caso os preços continuem em baixa durante o restante de 2015, a pressão será muito mais sentida pelo produtor norte-americano, diz a consultoria, que se verá obrigado a reduzir áreas de plantio, para tentar provocar preços maiores.