– Acredito que o USDA venha com números mais reais – diz o analista de mercado Vlamir Brandalizze.
Segundo Brandalizze, na última semana de 2012, o mercado internacional olhava a safra de soja da América do Sul com excelentes condições. Na bolsa de Chicago, as notícias que chegavam seriam de que Brasil, Argentina e Uruguai teriam uma supersafra. Na última semana, porém, problemas de falta de chuvas na Argentina, falta de chuvas e chuvas de granizo no Brasil provocaram perdas localizadas em lavouras de soja.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, o cenário da produção de soja no Brasil mudou de dezembro para janeiro, e a expectativa é de que o USDA divulgue o relatório ciente dessa mudança e não baseado em dados de dezembro.
– Quando andamos em dezembro, tínhamos uma visão. Mas, a partir de 20 de dezembro até agora, mudou o cenário. Temos bolsões de seca que estão acontecendo em Mato Grosso do Sul, no sul de Mato Grosso também há problemas, na Bahia, no Rio Grande do Sul. O cenário agora em janeiro é outro. O que acontece é que o USDA está fazendo o relatório em virtude do que foi visto em dezembro – alerta Silveira.
Apesar dos problemas de clima que atrapalham o desenvolvimento da soja em algumas regiões do Brasil, Glauber Silveira acredita que os preços devam manter-se elevados.
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– Estamos em um momento importante, não teremos uma supersafra, mas isso vai fazer com que os preços se mantenham. É importante cuidar da ferrugem, das lagartas, precisamos trabalhar muito. Este ano teremos muitos desafios. É importante que a classe se una para alcançarmos dias melhores.
Seguro rural
A falta de chuvas e outros problemas climáticos que vêm preocupando os produtores, além de causarem perdas na produção, estão causando prejuízos também no bolso do produtor. Por isso, o seguro rural é tão importante, enfatiza Silveira. Segundo ele, muitas propostas já foram enviadas ao governo, agora o poder público deve agir e colocá-las em prática.
– O que temos visto é que não vai ser aquela safra que se esperava. Há problemas para o produtor. Mas o pior é que se houvesse problema para um produtor apenas, ele deveria estar amparado pelo seguro. O Ministério da Agricultura sabe o que fazer em relação ao seguro agrícola, nós já apresentamos muitas propostas. Agora o que precisa é fazer. Se não faz é por falta de competência, por falta de vontade política. Precisamos que o seguro venha o quanto antes. O seguro é importante, pois é ele que vai manter o produtor, a grande massa, no campo – diz.
