Segundo o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, a buva é um problema nacional, mas existem alternativas baratas para o produtor controlar a planta daninha.
– Existe um tratamento químico, que custa caro para o produtor, mas existe uma alternativa de cobrir o solo, extremamente barata, que é o manejo da cultura de uma forma que haja palha pra cobrir a buva. A soja se beneficia muito depois da cultura do trigo, não só pela palhada, mas também pela fertilidade e dinamisno que as duas culturas trazem em um ciclo – diz Lantmann.
Apesar de ser uma boa alternativa para produtores, o chefe-geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo, Sérgio Dotto, explica que a sucessão de trigo e soja é ideal para o Sul do país, já que o Rio grande do Sul não produz milho safrinha na segunda safra de verão.
– A sucessão ideal de trigo/soja é mais na região fria, porque aqui não podemos ter a segunda cultura de verão que é o milho safrinha. No Paraná, na parte oeste e norte, havia grandes lavouras que aplicavam essa sucessão de trigo e soja, mas com essa mudança de cenário de preços, culturas e liquidez, o milho safrinha está ocupando uma grande parte de Paraná, Mato Grosso e São Paulo – fala Dotto.
A importância da sucessão não se restringe apenas ao controle de plantas daninhas. Para o pesquisador da Embrapa Trigo de Passo Fundo Mércio Strider, é fundamental manter um esquema de sucessão de culturas de soja com outros cereais de inverno, pois essa sucessão, além de ajudar a controlar plantas daninhas, colabora para a agricultura sustentável.
– Diferente de outras regiões, nós não temos aqui na região fria o milho safrinha. Devemos manter a cultura da soja dentro de um esquema de rotação com milho, com trigo, e outros cereais de inverno. Isso é fundamental dentro do processo de agricultura com sustentabilidade, tanto ambiental quanto econômica.