Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Tom político marca debate sobre Código Florestal no Fórum Soja Brasil

Trâmite da proposta no Congresso Nacional e os custos para adequação dos produtores à nova lei foram os tópicos mais abordados durante o debateA Casa RBS na Expointer 2012 foi palco de intenso debate político na noite de quinta, dia 30. O trâmite do novo Código Florestal no Congresso Nacional e os custos dos produtores para adequação à lei ambiental foram os principais tópicos abordados pelos participantes do Fórum Soja Brasil, que tinha como tema os impactos da nova legislação.

O fórum faz parte do Soja Brasil, o maior projeto sobre a cultura da soja já realizado no país. O encontro teve a participação dos deputados federais Elvino Bohn Gass (PT-RS), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS). Também participaram da discussão o procurador da Fazenda Nacional, Luís Carlos Moraes; o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Pedro Arraes; o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Derli Dossa, entre outros convidados.

O procurador da Fazenda Nacional, Luís Carlos Moraes, defendeu um período de transição para a aplicação efetiva da lei.

— Até maio passado a obrigação de recomposição de todas as APPs (Áreas de Preservação Permanente) era do poder público. Hoje, ela está sendo tirada do poder e está sendo jogada para o produtor. Então nós temos que ter uma zona de transição da legislação para que o produtor adeque a sua propriedade à linha de recomposição — disse.

Para o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), o produtor não deve arcar sozinho com os custos da implantação de APPs e Reserva Legal previstas na lei.

– O que está em discussão é quem tem que pagar essa conta. Esse país foi habitado por 500 anos pelas margens dos rios e isso era permitido e agora o governo quer que o produtor recupere isso sozinho – afirmou.

Com visão contrária, o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) destacou a função que as APPs e áreas de reserva legal irão cumprir com a nova legislação.

– A função da APP e da reserva legal é preservar nossas águas, combatendo a erosão, impedindo a morte de peixes, o aquecimento da água. Nós estamos em um país com seca, gente morrendo, animais não tendo o que beber, então temos que preservar nossas águas. Se o produtor não podia devastar e devastou, agora ele não pode cobrar a conta do governo.

Para o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), ainda não se tem clareza dos impactos do novo Código. Segundo ele, atualmente está em discussão na Câmara dos Deputados uma norma que prevê a avaliação da legislação após a sua aplicação.

– A gente já está com uma lei para fazer uma revisão do Código em até cinco anos, para discutir os impactos social, econômico e ambiental da lei. Ou seja, iremos analisar os resultados da aplicação da lei para avaliar a possibilidade de fazer uma revisão dela.

O chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Derli Dossa, já prevê alguns dos possíveis impactos do Código Florestal.

– O primeiro impacto é a diminuição da área de produção, fora o custo que se terá para recuperar aquela área (de preservação), porque dependendo do lugar a área não regenera sozinha. O impacto econômico é bastante sério e isso vai ser considerado daqui algum tempo.

Para o presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul e comentarista jurídico no Canal Rural, Ricardo Alfonsin, além do temor com os impactos existem outras preocupações.

– O que me preocupa é que o texto é extremamente interpretativo. Ele permite que se tire diferentes interpretações. Nós teremos pela frente uma regulamentação dessa lei. E quem irá fazer essa regulamentação é o Executivo, não passando por esse debate que está acontecendo hoje.

DISCUSSÃO EM BRASÍLIA

Na quarta, dia 29, a Comissão Mista que avaliava a Medida Provisória publicada pela presidente Dilma Rousseff com alterações ao texto que passou pelo Congresso, aprovou a proposta, com algumas modificações. A matéria agora precisa ser votada nos plenários da Câmara e do Senado.

Bohn Gass defendeu os vetos e alterações feitos pela presidente Dilma Rousseff ao texto.

— Os vetos foram direcionados às partes agressivas ao meio ambiente. As alterações da Câmara foram mais agressivas, com anistias generalizadas, e a presidenta vetou. Ela teve um posicionamento equilibrado, porque era “veta tudo” ou “veta nada”, e ela conseguiu resolver os impasses entre esses dois posicionamentos.

O procurador Luis Carlos Moraes ressaltou ainda a importância da discussão gerada em torno do Código.

— Eu não lembro na história desse país uma lei que mobilizou tanto a sociedade, que foi objeto de debates com representação de diversos setores. Então foi um texto possível dentro das possibilidades e limitações impostas.

O Projeto Soja Brasil é uma realização do Canal Rural, da Aprosoja Brasil e do Senar Mato Grosso, com coordenação técnica da Embrapa. No fórum de São Gabriel do Oeste conta com o apoio regional de Senar Goiás, Senar Mato Grosso do Sul, Aprosoja-MS e Famasul. O patrocínio é da Basf, da Mitsubishi Motors e da Monsanto.

>> Confira o site especial do Código Florestal

>> Confira o site do Projeto Soja Brasil

>> Acesse o site especial da Expointer 2012

Sair da versão mobile