O projeto integra uma seleção de 16 projetos de quatro universidades e centros de pesquisa do norte de Minas apoiados pelo Programa de Incentivo à Inovação (PII), e é realizado pelo Sebrae em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes).
Ao contrário da irrigação por pivôs, no método localizado a água é dosada de acordo com a necessidade da planta, economizando não só um, mas dois recursos: água e energia.
– Na irrigação localizada, de 80% a 95% da água utilizada é captada pela planta, ao contrário da irrigação tradicional, que é de apenas 60%. Uma economia de no mínimo 20% de água e 30% de energia – explicou a pesquisadora da UFMG de Montes Claros Francinete Veloso Duarte.
Na utilização de águas subterrâneas para irrigação localizada com água calcária frequentemente ocorre o entupimento dos bicos de gotejamento. Muitos agricultores utilizam ácidos (sulfúrico, clorídrico ou nítrico) para desobstruir os gotejadores. No entanto, devido à toxicidade, esses ácidos podem ser nocivos tanto para a cultura, quanto para o solo e para quem o manuseia e ainda representam um custo adicional significativo para os produtores.
No projeto da UFMG, a utilização de gás carbônico tem apelo ambiental e custa menos ao produtor, já que o gás é adicionado à água, por meio de uma mangueira que conecta o cilindro de gás à tubulação do sistema de irrigação na saída do reservatório.
– O gás é injetado a uma pressão igual à do sistema de irrigação, dissolvendo os carbonatos. O CO2 é aplicado na água por cerca de uma hora durante a irrigação – explicou a pesquisadora.
Além disso, de acordo com alguns estudos da área de ciências do solo, ele reduz, em regiões mais áridas, a utilização de água pelas plantas. O projeto de utilização de gás carbônico para dissolução do calcário em sistemas de irrigação está na fase de prototipagem.