Mas a diversidade de pelagem não é o principal cartão de visita dessa raça. A velocidade, a capacidade de fazer paradas bruscas e partidas rápidas e ainda uma enorme habilidade de girar em torno do próprio eixo são as principais características desses animais. O nome escolhido para batizar a raça, segundo o criador Lincoln Costa Ferreira, já diz muito sobre ela.
– O nome do quarto de milha foi fundamentado em cima do que esse cavalo era o mais veloz em um quarto de milha, ou seja, na distância de 402 metros.
A raça quarto de milha foi a primeira a ser desenvolvida na América, tendo surgido nos Estados Unidos, por volta do ano de 1600. No Brasil, a raça chegou em 1955 e hoje o plantel é de 360 mil animais, espalhados por todos os Estados do país. Andamento trotado, musculatura bem desenvolvida, garupa longa, orelhas pequenas e olhos grandes e bem afastados são características que se destacam.
Há 20 anos, a família de Ferreira cria cavalos da raça quarto de milha, no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Os animais foram escolhidos também pela facilidade que encontram no mercado.
– É um cavalo mais constante e a procura dele é superior às demais raças – explica.
O quarto de milha é usado principalmente nos esportes. Em provas funcionais, que mostram a capacidade que o animal tem para o trabalho, e também para corridas, para que se explore toda a velocidade que ele pode atingir. Mas, como todo atleta, o cavalo precisa sempre de um trabalho de aquecimento, e isso costuma ser feito dando voltas na pista de competição.
É importante lembrar que todos os cuidados devem ser tomados para evitar lesões no animal. A habilidade da raça é tamanha que, às vezes, parece que o animal faz tudo sozinho. Com os anteriores flexionados, eles parecem dançar na frente do garrote para cercá-lo. Tudo isso é resultado das características próprias da raça, aliadas a muito treinamento.
– Nós buscamos hoje animais dentro das pistas, animais versáteis, rápidos, que nos proporcionam laçar um boi em quatro a seis segundos, fechar de três a quatro bois no team pening em treze, quatorze ou quinze segundos. Para isso, além da velocidade e da versatilidade, precisamos de um cavalo que tenha potencial de manobra muito grande, de explosão muito grande – afirma Ferreira.
Toda a agilidade do animal, porém, não é o único elemento necessário para um bom desempenho. Para que a dupla de homem e cavalo tenha sucesso, precisa-se também de uma harmonia muito grande, e a docilidade do quarto de milha possibilita essa aproximação.
– Às vezes nós viajamos com um garanhão ao lado das éguas e nós perecebemos que os garanhões das demais raças, são bravos, nervosos. Mas o cavalo quarto de milha é docilidade, é explosão, é força, e por isso é ele faz todo esse sucesso – comemora o criador.