Aldo Rebelo: ‘Nosso principal problema é a geopolítica do agronegócio’

Um dos temas em debate do Agrocenário 2020, realizado em Brasília nesta quarta-feira, 4, foi a inovação do agronegócio e o futuro do setor já a partir do próximo ano. Entre os convidados estava o ex-ministro da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais Aldo Rebelo, que fez uma análise dos interesses internacionais na produção brasileira, sobretudo quando o assunto é preservação ambiental.

“Acho que o grande problema nosso lá fora e aqui dentro é na geopolítica do agronegócio. O agronegócio sempre foi geopolítica pura e tem um debate no mundo inteiro que é esse debate sobre o clima. No ano de 2015 houve a Conferência de Paris, onde se definiu que o mundo deveria compensar a produção de carbono. A maneira mais barata de se fazer isso, seria com florestas, mas europeus, chineses e Estado Unidos não querem que essas florestas preservadas por lá, e pensaram em duas áreas para essa compensação: o cerrado brasileiro e a savana africana. É por isso que afirmo que a geopolítica do agronegócio é um xadrez jogado por grandes mestres.”

Segundo ele, quando se fala de desmatamento zero no cerrado, tudo faz parte de uma pressão internacional, que também envolve a questão da segurança alimentar para os próximos anos. “A produtividade não tem como compensar essa substituição de áreas agrícolas por reflorestamento. O produtor é que sofre com isso”, disse.

Para Aldo, o Brasil precisa cuidar da geopolítica e da diplomacia.

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