Avanço da Covid no mundo faz dólar fechar no maior valor em três meses

O dólar comercial fechou em forte alta de 1,60% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3030 para venda, no maior valor de fechamento desde 5 de novembro do ano passado – quando encerrou a R$ 5,5460 – engatando a quarta alta seguida, acompanhando o exterior onde prevaleceu a busca por proteção em sessão de realização de lucros e receio com o avanço da Covid-19 no mundo e com isso, novas medidas de restrição social nas principais economias globais.

O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, reforça que investidores elevaram as preocupações com o crescimento de novos casos do novo coronavírus pelo mundo. “Com isso, receosos com uma possível antecipação do ciclo de aperto monetário pelo Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano]”, avalia.

Ele ressalta que, apesar da moeda ter acelerado os ganhos perto do fim da sessão, a operação de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – no qual foram colocados no mercado toda a oferta de US$ 500 milhões, conseguiu “segurar” a moeda nos níveis de R$ 5,47 e R$ 5,48 “respeitando a autoridade monetária”, diz.

Nesta terça, 12, o destaque da agenda de indicadores é o resultado da inflação doméstica em dezembro do ano passado. Para a analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado deve absorver o ajuste nos preços de energia elétrica, além das altas nos itens de educação.

“No fechamento do ano, deve vir dentro do esperado, pouco acima do centro da meta [perseguida pelo Banco Central, de 4%]”, pondera. Segundo o levantamento da Agência CMA, o IPCA de dezembro deve subir 1,23%, na maior taxa para o mês desde 2002 (+2,10%) e encerrar o ano em alta de 4,40%.

Oliveira acrescenta que, após quatro altas seguidas e ter intervenção do BC quando a moeda rompeu o “importante ponto de resistência” de R$ 5,50, o movimento do dólar pode ser de correção.

Por Agência Safras