A comercialização da safra brasileira de café de 2022/23, que será colhida ano que vem, até o último dia 13 de agosto, atingia 23% do potencial de produção. O dado faz parte de levantamento mensal da Safras & Mercado.
Segundo o consultor da Safras, Gil Barabach, as vendas com safras futuras andaram de forma bem lenta no último mês, repercutindo as dúvidas produtivas. “A geada em julho e o elevado déficit hídrico colocam em xeque o
potencial produtivo da próxima safra brasileira e, naturalmente, interferem na decisão dos vendedores”, avalia. Ele destaca que continua a aposta em novos ganhos, a despeito do preço extremamente atrativo. Ruído sobre “washouts”
e cancelamentos também justificam a lentidão, diz. Porém, à exceção de pedidos isolados de rolagem de safra, o fluxo de entrega segue sem grandes problemas, por enquanto.
O levantamento da Safras indica esses 23% do potencial produtivo da safra 2022 ter sido negociado até 13 de agosto, não havendo comparativo com igual período de 2020, nem mesmo um referencial histórico. O consultor da Safras, Gil Barabach destaca que a indicação está sujeita a ajuste, uma vez que é baseada em um potencial produtivo que só começará a ser definido, efetivamente, a partir das floradas ao longo da próxima primavera. “É bom lembrar que a geada do último dia 20 de julho já reduziu o potencial produtivo da próxima safra brasileira”, coloca.
A consultoria trabalha preliminarmente com recuo entre 7% a 12%. As vendas de arábica estão mais aceleradas, girando em torno de 26% do potencial produtivo, enquanto a comercialização de conilon alcança 15% do potencial da safra.
Já as vendas da safra 2023 do Brasil seguiram, praticamente, estagnadas, permanecendo em torno de 7% do potencial produtivo. Continuam concentradas no café arábica (10% do projetado). E, por fim, as vendas da safra 2020 alcançam 98% da produção, o que corresponde a 67,93 milhões de uma safra estimada em 69,60 milhões de sacas.
Por Agência Safras