As vendas da safra brasileira 2022 (ano-safra 2022/23) estão mais compassadas, a despeito dos preços convidativos aos vendedores. Segundo o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, a falta de chuva preocupa, pois estressa a planta e pode afetar o potencial produtivo futuro. “Além disso, alguns produtores já comprometeram um percentual relativamente alto da safra 2022 e agora adotam uma postura mais comedida. A aposta com o mercado de clima no Brasil também explica esse fluxo mais cadenciado de fixação antecipada”, comenta.
Levantamento da consultoria indica que até o último dia 08 de junho as vendas da safra 2022 alcançavam 20% do potencial produtivo. Não há comparativo com igual período de 2020, nem mesmo um referencial histórico. A única base de comparação é o mês anterior, quando as vendas estavam em 16%. Já a referência de produção é a safra de 2018, para a maioria. “Alguns poucos acreditam em algo próximo ao recorde de 2020. E outros utilizam a safra de 2016, por conta do clima adverso”, avalia o consultor.
A comercialização de arábica está mais acelerada e gira em torno de 20% do potencial da safra, o que é natural, dado a cultura de venda antecipada para a descrição, de acordo com Barabach. Isso representa um avanço de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. “Avanço tanto nas operações de trocas (barter) como nas fixações diretas junto as tradings. Mas o que surpreende são os 12% negociados da safra de conilon, puxado pelo interesse da indústria local e também de tradings (conilon barato em dólar)”, pondera o consultor. No mês anterior as vendas de conilon estavam em 7%.
Por Agência Safras