O acirramento na crise entre Irã e Estados Unidos pode favorecer um mix mais alcooleiro no Brasil, com mais cana-de-açúcar destinada à produção do biocombustível, diz o analista da Paragon Global Markets Michael McDougall. “Com a alta do petróleo, a Petrobras vai elevar os preços da gasolina e assim o etanol se torna mais competitivo, podendo ter alta no consumo”, explica.
O eventual aumento do consumo do etanol, por sua vez, pode estimular as usinas brasileiras a processarem maior volume de etanol em detrimento do beneficiamento de açúcar. Outro fator que pode ser favorável para a produção brasileira de etanol é a melhora na relação de paridade do biocombustível ante o adoçante.”A paridade do etanol vai aumentar ainda mais com a elevação dos preços do açúcar”, acrescenta McDougall.
Segundo o analista, nesta quinta-feira, 2, a paridade do etanol fechou em alta de 5,62 pontos percentuais ante o açúcar. O analista pondera, contudo, que a alta dos preços internacionais do açúcar está sendo limitada pela dúvida se o Irã continuará comprando volume expressivo do produto indiano. “A dúvida é até que ponto esse ambiente adverso pode complicar a comercialização”, diz.
Por Estadão Conteúdo