Depois de Justiça suspender liminar, leilão de Biodiesel é realizado pela ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) retoma nesta quinta-feira, 20, o 75º Leilão de Biodiesel cancelado na última terça-feira, 18, depois que a liminar que impedia o certame foi derrubada na Justiça.

O anúncio da agência acontece ao mesmo tempo em que os produtores de biodiesel se reúnem com o ministro de Minas E Energia, em Brasília, para expor os motivos do pedido de cancelamento do leilão.

O setor não aceita a retomada do leilão que já havia sido iniciado e foi interrompido pelo próprio governo, que alegou falta de produto e reduziu de 12% para 10% o percentual exigido para a mistura ao diesel em setembro e outubro. 

O leilão, segundo a ANP, será retomado da etapa 3, ou seja, de onde parou na primeira tentativa. Segundo os produtores, com a redução do porcentual seria necessário fazer uma nova chamada para a venda, já que o volume influi no preço.

O setor de biodiesel vive uma queda de braço com o governo, por conta do Preço Máximo de Referência (PMR) estipulado para o leilão. Os produtores alegam que, com o aumento das exportações de soja, o óleo, matéria prima para produção de biodiesel, ficou mais caro, e o preço do leilão não remunera adequadamente a produção.

O setor porém se dividiu, com alguns produtores buscando o diálogo com o governo, enquanto outros decidiram partir para a judicialização do problema.

Desde o início da obrigatoriedade da mistura do biodiesel ao diesel, a ANP realiza leilões por meio de um sistema da Petrobras (Petronet) para abastecer o mercado por dois meses.

Por Estadão Conteúdo