O dólar comercial fechou em R$ 5,2580, com alta de 0,67%. A moeda-norte americana foi impactada principalmente pelo discurso do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, alegando que a taxa básica de juros irá subir até onde for necessário, porém sem sobressaltos a cada indicador divulgado.
De acordo com o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, “a fala de Campos Neto praticamente cravando um aumento de 100pp na Selic (taxa básica de juros) surpreendeu o mercado, já que as expectativas giravam entre 125 e 150 pontos”.
Ortiz destaca, ainda, que com este aumento abaixo das expectativas o dólar tende a se valorizar, já que existe o temor de um descontrole da inflação.
Para o economista-chefe da Necton, André Perfeito, “o câmbio está ‘de lado’ e o mercado em standby, aguardando os desdobramentos do tweet do Lira. Tudo pode acontecer”.
Na manhã desta terça, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, participou de comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados. “Sabemos que há uma série de incidências sobre o preço da gasolina que não tem a ver com o custo da Petrobras e nós não passamos a volatilidade momentânea dos preços internacionais”, disse o executivo em resposta aos questionamentos dos deputados sobre o preço dos combustíveis.
Segundo o gestor de renda fixa da Porto Seguro Investimentos, Bruno Canesin, “o Roberto Campos deixou claro que irá alterar a Selic o quanto for necessário, mas que não irá alterar o ‘plano de voo’ a cada dado novo”.
Canesin também destaca a importância do BC no controle do câmbio: “a garantia que Campos Neto passou sobre o overhedge (proteção cambial adicional dos bancos), de que a instituição ‘fará frente a essa demanda pontual de final de ano’, também contribui para o movimento do dólar nesta terça”, pontua o gestor.
Por Agência Safras