Dólar fecha em alta de 0,89% após ruídos sobre orçamento federal

O dólar comercial fechou em alta de 0,89% no mercado à vista, cotado a R$ 5,7250 para venda, em sessão de
volatilidade e amplitude, operando em direções opostas ao longo do dia. Após exibir queda firme na primeira parte dos negócios em linha com o exterior, mais positivo para as moedas de países emergentes, a divisa norte-americana passou a tarde em alta em meio às incertezas políticas e ruídos em torno do Orçamento de 2021.

Na reta final da sessão, a moeda acelerou a alta e disparou a R$ 5,74 reagindo à notícia de que a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), excluindo do teto de gastos algumas das despesas com saúde, é uma das possibilidades em estudo para resolver o impasse do Orçamento de 2021. A notícia foi confirmada pelo relator da peça, senador Márcio Bittar (MDB-AC), à Agência CMA.

“Esta é uma hipótese entre tantas que se apresentam como soluções possíveis para que possamos continuar priorizando a saúde”, disse o parlamentar, ao ser questionado se tem conhecimento de que o assunto esteja sendo avaliado pelo governo federal.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, disse que, por mais que o mercado não saiba quais seriam as ações, além da veracidade da PEC, “qualquer assunto” em torno do Orçamento tem estressado o
dólar. “Assuntos que levem à leitura de que o governo vai furar o teto de gastos e todas essas incertezas políticas deixam o dólar volátil e pressionado”, acrescenta.

Nesta terça, 13, na agenda de indicadores, o destaque é a inflação norte-americana em março, com previsão de alta de 0,5%. Para Rugik, os números podem pesar na precificação da moeda, junto ao resultado da balança comercial da China na abertura dos negócios. “Acredito que o dia nos reserva fortes emoções”, pondera.