O dólar comercial fechou em alta de 0,41% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6260 para venda, no terceiro pregão seguido de alta, em sessão de volatilidade e forte aversão ao risco no exterior em meio ao receio com o avanço da covid-19 nos principais países da Europa, o que eleva as incertezas em relação à recuperação econômica da região. Investidores também adotaram cautela visto que a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos tem ficado mais distante com a aproximação das eleições presidenciais.
O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, destaca que a moeda “renovou momentos de volatilidade” ao longo da sessão, o que tem se tornado “comum” nas últimas semanas em meio às incertezas que prevalecem no mercado com o imbróglio entre democratas e republicanos em relação ao pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos, às vésperas das eleições presidenciais do país.
Ele destaca, porém, que na primeira parte dos negócios, com a moeda nas máximas da sessão – acima de R$ 5,64 – houve a presença “em larga escala” de exportadores no vendendo moeda. “Nesses níveis, o Banco Central tem feito leilões de venda de dólares no mercado à vista. Fato que tem sido monitorado pelos investidores, o que estabelece uma espécie de ‘teto virtual’ para o valor da moeda no mercado doméstico”, explica Gomes.
Nesta sexta, 16, na agenda de indicadores, o destaque fica para os números de setembro das vendas no varejo e da produção industrial norte-americana que, para o especialista da Portofino Investimentos, Thomás Gilbertoni, a depender do resultado, pode corroborar para a precificação dos ativos.
“O mercado vai monitorar esses números e os assuntos de sempre que é a questão do pacote fiscal norte-americano, que vai ficando mais distante, mas não se sabe se podem conseguir reverter o cenário antes das eleições. Além de acompanhar a evolução da covid-19 na Europa. Mas pode ser uma sessão de correção da moeda após as altas recentes”, diz.
Por Agência Safras