Dólar fecha em R$ 5,23 diante meio das incertezas nos EUA e China

O dólar comercial fechou em R$ 5,2360, caindo 0,41%. Em uma sessão marcada por leves alternâncias, o câmbio foi impactado pelas incertezas do cenário fiscal doméstico. Já no âmbito global, os números decepcionantes do varejo chinês e índices tímidos nos Estados Unidos, enfraqueceram a moeda norte-americana.

Para a equipe de análise da Ouro Preto Investimentos, “a incerteza fiscal continua alta, principalmente com os precatórios e o bolsa família. É difícil acreditar que a responsabilidade fiscal é a prioridade, mas sim as eleições de 2022”. A empresa acredita que o mercado teme medidas populistas rompam o teto fiscal.

No cenário global, os olhos continuam voltados para Estados Unidos e China: “Os dados americanos mostram que a inflação continua, além do último payroll (principal indicador do nível de empregos nos EUA) ter sido muito decepcionante. É muito difícil que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) injete liquidez por muito mais tempo”, pontua a Ouro Preto.

Para a instituição, porém, até o início do tapering (remoção de estímulos) – que deve acontecer até o final deste ano – os índices estadunidenses devem melhorar.

Já na China, os dados sobre o desempenho do varejo chinês em agosto (+2,5%), na comparação com mesmo período do ano passado, decepcionaram o mercado, que esperava um aumento de 6,3%: “É um sinal de alerta, pois a China é o principal parceiro comercial do Brasil”, pontua a Ouro Preto.

De acordo com o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, “o lado político não tem dado um alívio para reaquecer a economia”.

Por outro lado, Galhardo vê condições favoráveis para o reaquecimento econômico: “Os dados da economia têm sido bons, como no caso do varejo. Existe a possibilidade de entrar no trilho mais rápido do que imaginamos”, analisa o gerente.

Segundo boletim da Ajax Capital, “o ambiente externo pode pressionar a performance dos ativos locais”. Já no âmbito doméstico, as atenções se voltam para as pautas políticas e a divulgação do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), que foi positiva.

As declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, feitas ontem, ainda repercutem no mercado, que esperava um aumento entre 125 e 150 pontos na taxa básica de juros (Selic), o que foi praticamente descartado pelo executivo, indicando uma elevação de 100 pontos.

Por Agência Safras