O dólar comercial renova máximas sucessivas frente ao real após romper o nível de R$ 4,30, nos maiores patamares da história. O cenário externo, onde a moeda norte-americana avança frente às principais moedas pares e de países emergentes, impulsionado pelos dados do mercado de trabalho norte-americano acima do esperado, corrobora para a pressão altista da moeda.
Em janeiro, foram criadas 225 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos, enquanto o mercado aguardava a criação de 165 mil vagas. Os dados de novembro e dezembro, por sua vez, foram revisados para cima passando de 256 mil para 261 mil postos, e de 145 mil para 147 mil, respectivamente. A taxa de desemprego subiu 3,6% no mês passado. Já a renda somou US$ 28,44 por hora, alta de 3,11% na comparação anual.
“O payroll veio com um número positivo corroborando para um dólar ainda mais forte. Afinal, se a economia dos Estados Unidos está forte, o dólar também está”, comenta a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli. Ela acrescenta o viés de alta da divisa estrangeira na sessão, no qual ganha de “praticamente” todas as moedas.
A estrategista também cita o mercado doméstico após o Banco Central cortar a taxa básica de juros (Selic) pela quinta vez seguida na quarta-feira, mesmo sinalizando que deverá pausar o ciclo de afrouxamento monetário. “Os juros estão muito baixo aqui. Não está atrativo. O Brasil ainda não tem uma historinha boa para contar e atrair investimento estrangeiro”, avalia.
Às 12h16 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,83%, negociado a R$ 4,3220 para venda, após renovar máximas sucessivas a R$ 4,3230 (+0,86%). O contrato para março tinha alta de 0,92%, a R$ 4,3265. Lá fora, o Dollar Index operava praticamente estável (-0,02%), aos 98,477 pontos. Entre as principais moedas emergentes, o movimento é de depreciação frente ao dólar; o peso mexicano tinha queda de 0,80%.
Por Agência Safras