O dólar continua em alta. A moeda norte-americana reagiu à alta do IPCA-15, divulgado nesta manhã, de 1,14% em setembro ante agosto. Isso foi recebido como um sinal de que a inflação não está desacelerando.
Por volta das 12h39 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,65%, cotado a R$ 5,3470 para venda.
Segundo fonte ouvida pela CMA, “o mercado está negativamente ao IPCA-15 mais alto, impactando no dólar. Isso mostra que o Banco Central talvez precise de juros mais altos”. Ela ainda diz que a inflação está espalhada e já existem previsões de que a Selic termine o ano em 9,25%. “A inflação está espalhada”, complementa.
Fatores internos como a crise hídrica, a alta da tarifa de energia e os precatórios continuam pressionando o real: “O precatório deu uma aliviada, mas o fiscal vai muito além disso, estamos prestes a entrar em um ano com muita pressão eleitoreira”, pontua a fonte.
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “o mercado está operando com bastante cautela”. Para ela, a sinalização do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que a retirada de estímulos está próxima, assim como a revisão a da inflação norte-americana e possível aumentos de juros, “está levando os investimentos para lá, fortalecendo o dólar”.
Já o mercado doméstico continua sendo o calcanhar de Aquiles: “O cenário interno, tanto político quanto econômico, ainda é conturbado. A recuperação está bastante lenta e gradual”, pondera Quartaroli.
Por Agência Safras