Os preços do trigo subiram mais de 30% no Paraná, principal produtor do Brasil, em 2020. No Rio Grande do Sul, os preços subiram quase 65% no ano.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Jonathan Pinheiro, o mercado repercutiu tanto a quebra de safra no Brasil, mesmo sendo de menor proporção, mas que causou reajuste no potencial produtivo do país, como expressiva elevação cambial ao longo do ano, abrindo espaços para reajustes também no mercado interno, pelas paridades de importação.
Pinheiro ressalta a quebra de safra mais expressiva na Argentina, que abriu espaços para reajustes para cima no país vizinho, o principal fornecedor de trigo ao Brasil, potencializando o aumento nos custos de aquisição do cereal.
“Com a gradual entrada de safra no Brasil, e atualmente a contínua entrada de safra nos vizinhos do Mercosul, em paralelo a uma retração cambial significativa frente meses anteriores, o início de 2021 pode ser marcado por retrações nos preços”, projeta.
O analista disse que a iminência da chegada da vacina contra o coronavírus corrobora para menos incertezas econômicas e de abastecimento, favorecendo a pressão baixista sobre as cotações tanto nacionais como internacionais, enquanto, o clima desfavorável em importantes países produtores do mundo, bem como restrições às exportações favorecem a sustentação de preços mais elevados.
Por Agência Safras