Agentes do setor sucroenergético iniciaram o ano otimistas, esperando um cenário promissor para o consumo de etanol na temporada 2020/2021 e animados com o Renovabio. No entanto, a safra 2020/2021 foi marcada por muitas incertezas, devido à pandemia de covid-19, que acabou limitando a demanda por etanol e resultando em quedas de preços na maior parte do ano, mesmo diante da menor produção do biocombustível. No fim de março, as restrições de mobilidade impostas por governos estaduais e municipais para contenção do novo coronavírus levaram o setor sucroenergético a se ajustar.
O mix de produção das usinas, previamente definido, foi alterado, e uma maior quantidade de cana-de-açúcar foi direcionada à fabricação de açúcar em detrimento do biocombustível. Em abril e maio, a demanda por etanol para produção de álcool em gel e outros produtos de higiene aumentou expressivamente, o que amenizou o acúmulo de estoques nas usinas. Além disso, com o dólar favorável às exportações e a firme demanda internacional por etanol outros fins, unidades produtoras exportaram volume elevado em 2020.
O ano também foi marcado pela estiagem, que resultou em poucas interrupções de moagem nas unidades produtoras. Parte das usinas, inclusive, antecipou o fim da safra, e, em alguns momentos específicos, verificou-se aumento significativo da oferta de etanol, devido à necessidade de liberar espaço nos tanques, especialmente do hidratado.