EUA estão perdendo fôlego rápido, diz consultoria

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos ainda cresce na casa dos 2%, mas há o risco de a economia americana estar perdendo fôlego mais rapidamente que o previsto, segundo análise dos economistas da consultoria inglesa Oxford Economics. 

Nesse ambiente, eles preveem que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não terá outra opção a não ser cortar os juros mais duas vezes este ano, nas reuniões de política monetária que ocorrem este mês e em dezembro. Os juros nos EUA estão na faixa de 1,75% a 2%.

A Oxford observa que os recentes indicadores mostram piora da atividade tanto na indústria como nos serviços dos EUA. Os dados do indicador ISM do setor manufatureiro, que vieram em setembro no pior nível desde 2009, indicam que a fraqueza da atividade industrial na economia mundial, por conta do aumento da incerteza sobre o comércio entre Pequim e Washington, ameaça provocar repercussões mais amplas globalmente. O ISM do setor de serviços, que veio abaixo do previsto, é uma sinalização clara desse movimento, observaram os economistas para os EUA da consultoria, Lydia Boussour e Gregory Daco.

Aliado a esses fatores, na sexta-feira, 4, outro indicador aumentou a preocupação do mercado sobre a saúde da economia americana. Em setembro, nos EUA, foram criados 136 mil empregos (payroll), abaixo da previsão de 150 mil. A taxa de desemprego caiu para 3,5% (a menor em 50 anos), ante estimativa de 3,7%. 

Após o anúncio dos dados, o presidente do Fed Jerome Powell reafirmou o compromisso da instituição de fazer “o que for necessário” para prolongar o quadro positivo na economia dos EUA. Powell disse ainda que a economia americana está “em um bom lugar”, embora também tenha citado riscos e o fato de que nem toda a população consegue aproveitar as oportunidades disponíveis. Com o desemprego perto de mínimas históricas e a inflação próxima da meta de 2%, ele renovou a intenção de prolongar o quanto possível esse quadro positivo. 

O presidente Donald Trump é um feroz crítico da política monetária de Powell. Para ele, os juros americanos estão muito altos e têm grande participação no fraco desempenho da atividade econômica do país.