A tese da imunidade de rebanho – contaminação de uma grande parcela da população para evitar a disseminação de uma doença a partir da geração de anticorpos nas pessoas – nunca foi usada como base para a estratégia do governo no combate à pandemia de Covid-19, disse o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em depoimento na CPI da Pandemia no Senado que investiga erros e omissões do governo no combate à pandemia.
“Que tem possibilidade ter imunidade a partir de várias pessoas não há dúvida, mas como não se sabe como isso se comporta no coronavírus, não pode simplesmente achar que a partir da contaminação todos estão protegidos. Como não sabe o grau de força destes anticorpos, ou da capacidade dele agir, e por quanto tempo eles ficam, não pode estar apoiado apenas nesta tese. Tem que partir para imunização com vacinação”, disse.
Questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre se a imunidade de rebanho tinha amparado a estratégia do Ministério da Saúde contra a pandemia, Pazuello respondeu: “Em hipótese alguma”. Ele também disse desconhecer que alguém no governo defendesse esta abordagem e disse que em “nenhuma” ocasião esta estratégia foi discutida entre ele e o presidente Jair Bolsonaro.
Por Agência Safras