A aceleração da inflação oficial no país nos meses de setembro e outubro fez o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevar sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020 de 2,3% para 3,5%. A alta recente do IPCA foi puxada não apenas pelo encarecimento dos alimentos, mas também pela recuperação dos preços dos demais bens de consumo e dos serviços livres, apontou o órgão.
A nova projeção considera as pressões sobre os preços impostas pela retomada do consumo de bens, pela desvalorização do real ante o dólar e pela alta recente nos preços internacionais de commodities.
“Apesar dessa alta, o cenário inflacionário segue benigno: a taxa projetada ainda se encontra compatível com a meta de inflação estipulada para 2020 (4%)”, ponderaram os técnicos Maria Andréia Parente Lameiras e Marcelo Lima de Moraes, autores da análise do Ipea.
O órgão espera que os alimentos consumidos no domicílio tenham um avanço de preços de 16,2% em 2020, ante uma projeção anterior de 11% divulgada em setembro. O repasse da alta do dólar e a manutenção dos preços internacionais de commodities em patamares elevados devem manter a pressão inflacionária sobre a alimentação em casa, responsável por mais de 60% do IPCA em 2020, calcula o Ipea.
Por Estadão Conteúdo