Branca, creme e amarelinha estão entre as variações de cores das farinhas do Vale do Juruá. O açafrão-da-terra, como também é conhecida a raiz de Cúrcuma longa L., é o ingrediente responsável pela coloração amarelada das farinhas artesanais acreanas. Estudos da Embrapa Acre buscam avaliar os efeitos dessa prática que, segundo produtores rurais da região, torna o alimento mais atrativo e encanta o paladar dos consumidores.
Para definir a concentração mais adequada e avaliar o uso da especiaria, pesquisadores da Embrapa acompanharam o processo de fabricação da farinha com diferentes medidas de açafrão-da-terra, na propriedade do agricultor Manoel Cameli, localizada na Vila São Pedro, em Rodrigues Alves (AC), no início do mês de setembro.
Virgínia Álvares, pesquisadora da Embrapa Acre e uma das responsáveis pela pesquisa, conta que a iniciativa é uma demanda dos produtores da região do Vale do Juruá (AC). “A ideia é verificar qual a quantidade de açafrão-da-terra que menos interfere nos padrões da legislação, na qualidade do produto e que alcança a coloração desejada pelos consumidores”, explica.
“Uma quantidade de açafrão-da-terra muito elevada pode interferir no aumento do teor de cinzas da farinha, e ultrapassar o limite máximo da legislação permitido, e assim tornar a farinha “Fora de Padrão” e reduzir seu valor de mercado”, complementa.
Para o agricultor e parceiro na pesquisa, Antônio Clebson Cameli, o uso de açafrão-da-terra na farinha é uma tradição, mas ainda não há uma medida certa. “Essa pesquisa vai trazer um grande benefício. Com o resultado vamos saber a quantidade de açafrão adequada para ser adicionada à massa de mandioca e obter uma coloração mais uniforme sem afetar a qualidade”, destaca.