Pressionado por China e incertezas domésticas, dólar fecha em alta

O dólar comercial fechou em R$ 5,5200, com alta de 1,21%. A moeda sofreu foi fortemente pressionada pela desaceleração da economia chinesa e, em segundo plano, pelas incertezas fiscais domésticas.

Segundo o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, “a China praticamente confirmou a perda de fôlego, com resultados abaixo do esperado. Isso nos impacta já que a China é a grande sustentadora das commodities”. O economista destacou que economias desenvolvidas começam a dar sinais de estagflação.

Rosa pontuou que por mais que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios deva ser aprovada amanhã na Câmara dos Deputados, “existe um quadro muito grande de desconfiança com o Auxílio Brasil, mesmo sabendo que dificilmente ele irá furar o teto fiscal”.

Para o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “existe uma preocupação mundial com a inflação, levando a um comportamento mais defensivo”. “Há um movimento de dólar forte no mundo todo”, pontua Serrano.

Por outro lado, as incertezas fiscais internas jogam contra a moeda brasileira: “O Banco Central (BC) tem atuado forte, agora é saber se ele irá continuar. O fiscal atrapalha demais o real”, analisa Serrano, que também cita a forte desvalorização dos pares do real.

De acordo com boletim matinal do Bradesco, os “investidores reagem aos dados mais fracos do que o esperado da atividade econômica chinesa no terceiro trimestre”. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre de 2021, ante uma alta de 7,9% no semestre anterior.

Já no Brasil, a expectativa é para a votação da PEC dos precatórios, na Comissão Especial. O boletim da Ajax Capital também destaca que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), deveria apresentar o texto nesta quarta, 20, “mas algumas divergências devem levar a votação para a próxima semana”.

Por Agência Safras