A colheita de café na região do Cerrado de Minas Gerais começou por volta do dia 20 de maio e está em torno de 3% da safra total esperada. Os trabalhos estão dentro do normal para o período, tendo iniciado nos municípios mais quentes do cerrado. A avaliação parte do presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, que também é presidente da MonteCCer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Monte Carmelo), diretor do Conselho Nacional do Café (CNC) e presidente da FundaCCer (Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro).
Francisco Sérgio indicou que a safra 2021 do cerrado mineiro deve ficar de 4,5 a 4,8 milhões de sacas de 60 quilos, com queda de 33% a 40% no comparativo com a safra de 2020, estimada entre 7,2 e 7,5 milhões de sacas. Após uma grande safra em 2020, devido ao ciclo bienal da cultura e a perdas pela falta de chuvas, a produção em 2021 será bem menor na região. Faltou umidade ano passado para as floradas e pegamento de floradas e ainda houve um “veranico” em janeiro.
O dirigente da Federação alerta que o cenário de clima é muito preocupante no cerrado mineiro, com vistas à safra de 2022. As chuvas previstas para a semana passada não passaram de 5 milímetros, o que não é nada para a região que enfrenta uma dura estiagem. Há previsão de chuvas para o final de maio. Mas, como destaca Francisco Sérgio de Assis, “tem previsão, mas não chove”. O nível de água dos rios está no momento como deveria estar em outubro, após o período mais seco do inverno.
Aproximadamente 100.000 hectares da cafeicultura do cerrado contam com irrigação, ou 40% da área total. Se não chover, os produtores terão de fazer racionamento de água em suas propriedades em junho e julho. “Ano passado já foi problemático e estávamos com os reservatórios cheios. Todo mundo está com o coração na mão, pois temos irrigação nas lavouras, mas não temos água”, advertiu.
Por Agência Safras