As altas nos preços do óleo diesel (8,77%), leite industrializado (16,30%), leite in natura (3,55%), café em grão (3,26%) e gasolina automotiva (2,24%) puxaram o ranking de pressões na inflação no atacado medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
No entanto, o recuo de grandes commodities, como minério e milho, desacelerou o ritmo de alta dos preços ao produtor no mês. O IGP-DI saiu de uma alta de 0,69% em maio para 0,62% em junho. Com este resultado, o índice acumulou avanço de 11,12% em 12 meses.
“O recuo dos preços de grandes commodities abre espaço para a desaceleração da inflação ao produtor. O risco de recessão em grandes economias contribui para o recuo dos preços do milho (de -0,10% para -3,30%), do minério de ferro (de -4,61% para -1,63%) e da soja (de 2,76% para -0,81%)”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de uma alta de 0,55% em maio para uma elevação de 0,44% em junho. Na análise por estágios de processamento, o grupo Bens Finais acelerou de 0,03% em maio para 0,72% em junho, puxado pelos alimentos in natura, cuja taxa passou de -5,79% para -0,70%. O grupo Bens Intermediários saiu de 1,46% em maio para 1,33% em junho, sob influência do subgrupo suprimentos, cuja taxa passou de 2,70% para -2,18%.
O estágio das Matérias-Primas Brutas saiu de uma alta de 0,04% em maio para queda de 0,78% em junho. As principais contribuições negativas partiram de soja em grão (de 2,76% para -0,81%), cana-de-açúcar (de 3,65% para -1,24%) e milho em grão (de -0,10% para -3,30%). O minério de ferro caiu menos (-4,61% para -1,63%), assim como os bovinos (-2,89% para -1,52%), enquanto houve aceleração na mandioca/aipim (-8,56% para 1,73%).
Por Estadão Conteúdo