SC avança nas pesquisas para produção de cereais de inverno no Oeste

Polo produtor de grãos, a região oeste de Santa Catarina avança também no cultivo de cereais de inverno. As pesquisas para a produção de trigo, triticale e centeio em Chapecó (SC) começam a mostrar os primeiros resultados. Os experimentos, realizados em parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC) e cooperativas, buscam avaliar quais são os melhores cultivares e como eles se adaptam em diferentes condições de solo e clima.

Nesta segunda-feira (27), o secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva, acompanhou o andamento do projeto em Chapecó, desenvolvido com o apoio da Cooperalfa. “Tradicionalmente, em Santa Catarina os produtores faziam apenas uma cobertura verde no inverno para facilitar a rotação de cultura. Agora o produtor rural passará a ter mais uma opção de renda, com o plantio de cereais de inverno para produção de ração. A agropecuária catarinense tem crescido muito nos últimos anos e tem importado milho de outros estados para suprir a demanda da nossa cadeia produtiva de carnes e leite. Nós estamos investindo muito nesse projeto e ficamos muito felizes que a iniciativa tem sido bem aceita e os resultados estão avançando. Santa Catarina terá mais uma alternativa, além do milho, para abastecer o nosso agronegócio”, destacou Altair Silva.

O campo experimental foi implantado no Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Cepaf) e conta com 30 diferentes cultivares – sendo 22 de trigo, cinco de triticale e três de centeio – que serão avaliados quanto a desenvolvimento, produtividade e resistência.

Segundo o coordenador do Projeto de Pesquisa de Cereais de Inverno para Ração, Sydney Antonio Frehner Kavalco, Santa Catarina conta com 85 mil hectares plantados com cereais de inverno; a área ociosa, porém, que poderia ser aproveitada também na entressafra de milho e soja, é de quase 900 mil hectares. “Se conseguíssemos ampliar o cultivo de cereais de inverno para metade dessa área ociosa, teríamos 500 mil hectares plantados e teríamos quase 3 milhões de toneladas produzidas durante o inverno. Essa é a principal alternativa em vista da continuidade da produção e abastecimento da cadeia produtiva de proteína animal, com grãos produzidos em Santa Catarina”, explicou.