Segundo estudos levantados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), as exportações brasileiras de carne suína (in natura e industrializada) à China, o maior destino da proteína nacional, recuaram 12,7% entre abril e maio. No acumulado do ano (de janeiro a maio), a queda nos envios ao país asiático já é de fortes 38,9% frente ao mesmo período de 2021, de acordo com a Secex.
Esse cenário pressionou o total exportado pelo Brasil no último mês. A queda, porém, foi limitada pelo aumento dos embarques a outros destinos, como as Filipinas, que importaram 33,5% mais carne suína em maio frente a abril, tornando-se o segundo maior destino da proteína brasileira no último mês, atrás apenas da China. Assim, o Brasil exportou o total de 88,1 mil toneladas de carne suína em maio, de acordo com a Secex, leve queda de 0,4% frente a abril e 13% a menos que o embarcado em maio/21.
É importante ressaltar que a China vem diminuindo a necessidade de comprar proteína no mercado internacional. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento reflete a recuperação do rebanho de suínos no país após os picos de Peste Suína Africana (PSA), doença que acometeu milhões de animais. De acordo com dados do USDA, a produção chinesa de suínos já está próxima do patamar anterior à PSA, atingindo 655 milhões de cabeças em 2021, crescimento de 49% frente a 2019, o período mais crítico da doença no país asiático.