Substâncias como o herbicida ácido 2,4-diclorofenoxiacético foram detectadas em concentrações inferiores ao limite permitido pela legislação brasileira no Rio Tocantins. É o que aponta o relatório elaborado sob a coordenação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com a participação de técnicos de diversas entidades federais e estaduais, incluindo o Ministério do Meio Ambiente, a Embrapa e o Serviço Geológico do Brasil, que realizaram coletas e análises de amostras de água em cinco pontos ao longo do rio.
O desabamento parcial da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, em dezembro de 2024, gerou uma crise ambiental no Rio Tocantins. A ponte, que conecta as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), colapsou enquanto caminhões transportando agrotóxicos e ácido sulfúrico cruzavam sua estrutura. Até o momento, 14 mortes foram confirmadas e três pessoas seguem desaparecidas.
Resultados preliminares, divulgados em 6 de janeiro não encontraram indícios de contaminação por defensivos ou químicos provenientes dos caminhões nos pontos analisados. Contudo, substâncias como Acetamiprido(1), o herbicida ácido 2,4-diclorofenoxiacético e o Picloram(2) foram encontradas no relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Os químicos são utilizados para o controle de ervas daninhas, pragas sugadoras e mastigadoras.
Riscos e continuidade do monitoramento
Técnicos alertam que o risco de contaminação permanece enquanto os recipientes com químicos permanecerem submersos no rio. Caso haja rompimento, as consequências podem incluir danos ao ecossistema aquático, riscos ao abastecimento de água de comunidades e impactos ao uso múltiplo do recurso hídrico.
Por essa razão, o monitoramento continuará até que o material seja totalmente removido. O trabalho inclui análises de parâmetros básicos da água, como pH, turbidez e presença de compostos químicos.
O trabalho é realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão (SEMA) e o Serviço Geológico do Brasil que realizam análises em campo. Além disso, a Cetesb e a Embrapa contribuíram com estudos detalhados sobre possíveis contaminantes, como pesticidas e compostos químicos.
As equipes continuam monitorando a qualidade da água e organizando a remoção segura dos materiais químicos do rio. Paralelamente, estudos estão sendo conduzidos para avaliar os impactos de longo prazo no meio ambiente e nas comunidades que dependem do Rio Tocantins para abastecimento e outras atividades.
Impactos do desabamento
O desabamento da ponte interrompeu o tráfego na BR-226, uma das principais ligações entre Tocantins e Maranhão, gerando prejuízos econômicos e transtornos para as populações locais. A estrutura havia apresentado problemas estruturais em inspeções anteriores, mas os reparos planejados foram adiados devido à falta de licitações bem-sucedidas.
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro.
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