Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York subiram 27,7% no acumulado de 2019, informou a INTL FCStone, nesta sexta-feira, 3. O analista de mercado Fernando Maximiliano comenta que as cotações atingiram mínimas de 12 anos e, no fim do ano, reagiram de forma significativa.
Maximiliano afirma que a safra de 2018 trouxe um excesso de produção, que adicionado à grande produção mundial pressionou os preços para baixo. “Mas já na reta final, o sentimento do mercado sofreu uma reviravolta, deixando de ser um sentimento de ampla oferta para ser de déficit na oferta global”, comenta.
O analista reforça que o enxugamento dos estoques no fim de 2019 não se deu por uma quebra de produção. “Na realidade, é sobre a incerteza que temos no café. Se você pega estimativas da safra brasileira, a gente tem uma variação, entre a mínima e a máxima, de 10 milhões de sacas”, diz.
Além de uma relação de oferta e demanda mais apertada, Maximiliano observou no ano passado um movimento de agentes especulativos comprando contratos de café e outras commodities. “Isso foi devido ao ambiente macroeconômico favorável, com o alívio na tensão entre China e Estados Unidos”, comenta.
Quanto ao bombardeio dos EUA no Irã, o especialista comenta que isso traz certa preocupação ao mercado, principalmente por causa do petróleo. “Isso pode trazer de volta o sentimento de aversão ao risco, o que valorizaria o dólar e mexeria com o café”, afirma.