A ideia de um hambúrguer feito 100% de proteína vegetal estava muito distante da realidade brasileira até alguns anos atrás. Mas já existe empresas fornecendo esse tipo de produto no país, como a Seara, que produziu um hambúrguer a partir de soja e beterraba.
“Criamos esse produto para atender o desejo crescente dos consumidores. O público comprador é jovem, vive de experimentar novas oportunidades e integra a classe A”, contou o diretor corporativo de agropecuária da Seara Alimento, José Antonio Ribas Júnior, durante o Painel Agrofuturo: a produção de alimentos de amanhã em debate hoje.
O evento foi realizado na Arena Rural, parceria entre Canal Rural e Senar-RS na 42ª Expointer. Durante o debate, especialistas ressaltam que a busca por produtos como esse revela outra tendência. “O consumidor exige que produzamos alimentos sem agredir o meio ambiente, com menos uso de água e terra, ou seja, fazer mais na mesma área”, afirma o doutor em fitopatologia e membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Marcelo Gravina.
Para o produtor Rafael Houayek, essa preferência é reflexo de uma mudança de cultura e não um simples modismo. Ele representou a Comissão Jovem da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) no painel e trouxe um dado interessante: a carne vegetal representa 1% do setor de proteína e deve chegar a 10% até 2030. “É bom olhar isso como um negócio, já que há possibilidade de crescimento”, frisa.
Outro anseio crescente dos consumidores é saber a origem e como os alimentos são produzidos. O coordenador regional de vendas da PariPassu, Matheus Schneider, defende que mais do que informar o consumidor, a rastreabilidade é uma ferramenta que pode ser usada por empresas e produtores rurais quando “é importante para corrigir problemas e promover a melhoria contínua de um processo produtivo”.